URGENTE: Brasil expulsa embaixadora da Nicarágua! Veja o que aconteceu.

Por Samara Kalene Ultima atualização 9 ago, 2024

A decisão brasileira foi tomada durante uma reunião entre Lula e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, na manhã desta quinta-feira. Breno da Costa já saiu da Nicarágua. A embaixada da Nicarágua em Brasília informou que Fulvia Matu deixou o Brasil nesta madrugada. A informação inicial sobre a expulsão de Breno da Costa foi noticiada pela imprensa da Nicarágua, com base em fontes diplomáticas do país na quarta-feira (7).

As relações entre Brasil e Nicarágua estão tensas há semanas devido à ausência de representantes brasileiros em um evento oficial do governo nicaraguense. Este evento marcava os 45 anos da Revolução Sandinista, em Manágua, no dia 19 de julho. A ausência brasileira foi considerada uma afronta, levando à decisão pela expulsão do embaixador.

Crise nas Relações Brasil-Nicarágua

Breno Souza da Costa, que era embaixador brasileiro na Nicarágua. — (Fonte: Edilson Rodrigues/Agência Senado).

A crise nas relações entre Brasil e Nicarágua explodiu após a não participação de representantes da embaixada brasileira em uma importante celebração em solo nicaraguense. A Revolução Sandinista é um evento de grande relevância para os nicaraguenses, especialmente para o presidente Daniel Ortega, ex-guerrilheiro do movimento sandinista. A imprensa nicaraguense relatou que a ausência de representantes brasileiros no evento foi interpretada como um sinal de desrespeito e levou à decisão de expulsar o embaixador.

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O que motivou a expulsão?

Segundo o Itamaraty, o embaixador brasileiro não compareceu ao evento porque as relações diplomáticas entre Brasil e Nicarágua haviam sido congeladas durante um ano. Esta medida foi uma retaliação à prisão de padres e bispos no país. O Brasil vinha tentando atuar como mediador entre o Vaticano e Manágua, solicitando a liberação dos clérigos presos desde 2022.

Como fica o comércio entre os países?

Apesar da crise diplomática, o comércio entre Brasil e Nicarágua não parou totalmente. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações brasileiras para a Nicarágua somaram US$ 68,4 milhões de janeiro a julho de 2024. No mesmo período, as importações totalizaram US$ 3 milhões. O impacto econômico ainda está sendo avaliado pelas autoridades brasileiras.

O futuro das relações Brasil-Nicarágua

Ainda não há um pronunciamento oficial da Nicarágua sobre a expulsão do diplomata brasileiro. Muitas perguntas ficam no ar sobre o futuro das relações entre os dois países. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o governo brasileiro não vê um “erro” na atitude do embaixador e que a paz precisa voltar a ditar o tom das relações internacionais.

Como o regime atual da Nicarágua é visto internacionalmente?

De acordo com o índice V-DEM, que avalia o estado das democracias globalmente, a Nicarágua é classificada como uma autocracia. O presidente Daniel Ortega, reeleito para o quarto mandato em 2021, é criticado internacionalmente e apontado por seus críticos como um líder autocrático. Os Estados Unidos e outros países democráticos não reconhecem as eleições nicaraguenses como justas e livres.

Ortega, um ex-guerrilheiro do movimento sandinista dos anos 1970, também governou a Nicarágua durante a década de 1980, após seu partido, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), derrubar o ditador Anastasio Somoza. Após perder a eleição de 1990, Ortega voltou ao poder em 2007 e está no comando do país há 17 anos, sendo acusado de nepotismo e de instaurar uma ditadura.Lista de eventos-chave:

19 de julho: Celebração dos 45 anos da Revolução Sandinista em Manágua.
2022: Prisão de padres e bispos na Nicarágua.
2024: Congelamento das relações diplomáticas entre Brasil e Nicarágua.
2024: Expulsão do embaixador brasileiro Breno da Costa.

As tensões diplomáticas entre Brasil e Nicarágua são um lembrete da complexidade das relações internacionais e da importância do diálogo e da diplomacia para resolver conflitos. A evolução deste caso continuará a ser acompanhada de perto por observadores internacionais.