Economia Brasileira: Urgência na Transformação Estrutural para Impulsionar o Desenvolvimento

Para especialistas, a Economia Brasileira precisa de novos setores com matemática. Entenda.

Por Paola Patrício Ultima atualização 2 abr, 2024

No dia 20 de fevereiro, especialistas se reuniram para falar sobre a Economia Brasileira. Afinal, ocorreu o aguardado seminário “Contribuição da Matemática para a Economia”, no auditório da Folha de S. Paulo.

Promovido pela Fundação Itaú, o evento contou com duas mesas de debates, abordando temas cruciais relacionados à Matemática no contexto econômico do país. Confira mais!

As mesas de debate

Evento discutiu sobre a importância da matemática na Economia Brasileira (Fonte: Reprodução Google)

A primeira mesa foi para discutir as profissões vinculadas à Matemática, enquanto a segunda abordou o ensino dessa disciplina na Educação Básica. A superintendente do Itaú Social, Patrícia Mota Guedes, teve participação no segundo painel, onde mediou o debate sobre o cenário do ensino de Matemática ao longo dos anos.

Destacam-se como palestrantes Ya Jen Chang, presidente do Instituto Sidarta; Jorge Lira, professor da UFC (Universidade Federal do Ceará); Karla Esquerre, professora da UFBA (Universidade Federal da Bahia); e Alex Sandro Gomes, líder do grupo de pesquisa Ciências Cognitivas e Tecnologia Educacional na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).

Na primeira mesa, teve Edivaldo Constantino, gerente da Iniciativa de Emprego e Oportunidade Brasil para o J-PAL (Laboratório de Ação contra a Pobreza Abdul Latif Jameel) na América Latina; e Luiz Drouet, presidente da ABRH-SP (Associação Brasileira de Recursos Humanos de São Paulo). A mediação foi de Marcelo Viana, diretor-geral do Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada).

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O rendimento dos profissionais de matemática na Economia Brasileira

Um dado relevante que teve discussão foi o rendimento dos profissionais ligados à Matemática equivale a 4,6% do PIB do país. Isso foi revelado por um estudo realizado pela Fundação Itaú em parceria com o IMPA.

Esse estudo apontou que tais ocupações oferecem salários 119% maiores que a média dos demais trabalhadores, destacando a importância dessas carreiras no panorama econômico nacional.

Patrícia Mota Guedes destacou a importância desses dados, ressaltando a relevância do investimento em educação matemática de qualidade. Afinal, segundo ela, esse investimento não se restringe apenas ao desempenho dos estudantes em avaliações educacionais, mas também abre portas para melhores oportunidades profissionais no futuro.

A pesquisa também revelou que as ocupações relacionadas à Matemática estão mais concentradas nas áreas de tecnologia da informação e serviços financeiros, entre outras. Além disso, ela evidenciou que a maioria desses profissionais contrata-se por meio de acordos formais, o que ressalta a estabilidade desses empregos mesmo em momentos de crise.

As desigualdades da área

Apesar desses dados positivos, a pesquisa também apontou desigualdades, especialmente em relação à raça/cor e gênero. Afinal, profissões ligadas à Matemática têm uma participação maior de pessoas brancas e homens, embora haja um leve aumento na representatividade de pessoas negras e mulheres ao longo dos anos.

A idade média dos trabalhadores vinculados à Matemática oscila entre 36,9 e 38,6 anos, sendo ligeiramente mais jovens que a média nacional. Todavia, a maioria está concentrada nas regiões Sudeste e Sul do país, com estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais liderando em número de profissionais.

Essa pesquisa, que abrangeu dados dos últimos dez anos, conduziu-se com base na metodologia do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) da França, adaptada às características do mercado brasileiro.

Portanto, com os dados da PNADC, a pesquisa buscou compreender o impacto das atividades ligadas à Matemática na economia do país, destacando aspectos como escolaridade, raça/cor, idade e gênero dos profissionais.

O seminário foi uma oportunidade única para aprofundar o debate sobre a importância da Matemática para a economia brasileira. Afinal discutiu estratégias para promover um ensino de qualidade e equidade nessa área fundamental do conhecimento.