CONFIRA: INSS retoma carência do empréstimo consignado
Uma recente decisão judicial sobre a carência de 90 dias para a solicitação desse tipo de crédito trouxe atenção renovada ao tema.
O empréstimo consignado é uma modalidade de crédito muito utilizada no Brasil, especialmente por aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Essa forma de empréstimo permite que os indivíduos comprometam até 35% de seu salário para pagar parcelas, que são automaticamente descontadas do benefício previdenciário.
No entanto, a recente decisão judicial sobre a carência de 90 dias para a solicitação desse tipo de crédito trouxe atenção renovada ao tema. Em setembro, o INSS anunciou uma proposta para eliminar a carência de 90 dias, permitindo que novos titulares de benefícios solicitassem o crédito consignado imediatamente após o recebimento do primeiro pagamento.
Contudo, essa decisão foi contestada e, em outubro, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) anulou a proposta, mantendo a exigência dos três meses de espera, justificando a decisão pela necessidade de promover a concorrência entre instituições financeiras.
Por que a Carência é Importante no Crédito Consignado?

A carência de 90 dias na solicitação de empréstimos consignados era vista como uma medida para proteger os beneficiários do assédio das instituições financeiras. O período de espera oferece uma janela de segurança para o aposentado ou pensionista refletir sobre a necessidade real do crédito e a possibilidade de comprometer parte de sua renda.
A proposta do INSS de eliminar essa carência visava proporcionar mais flexibilidade aos novos beneficiários da Previdência Social. No entanto, a proposta também estipulava que, inicialmente, os empréstimos só poderiam ser contratados no banco onde o aposentado ou pensionista recebe seu benefício, o que levantou preocupações sobre monopólios e concorrência.
A Decisão Judicial e Suas Implicações
No dia 20 de outubro de 2023, o TRF-1 derrubou a proposta de eliminar a carência, ressuscitando a regra dos 90 dias para todos os novos beneficiários do INSS que buscam crédito consignado. De acordo com especialistas, remover a carência poderia favorecer monopólios bancários e limitar a competitividade, resultando em taxas de juros desfavoráveis para os consumidores.
A decisão foi bem recebida por organizações preocupadas com a competitividade do mercado financeiro. Estas argumentam que, sem a carência, os novos aposentados ficariam sujeitos às condições impostas pela instituição bancária que paga os seus benefícios, sem a possibilidade inicial de buscar melhores condições em outras instituições.
Qual o Futuro do Empréstimo Consignado no INSS?
A questão sobre a carência de 90 dias ainda não está completamente resolvida. O governo federal pode recorrer à decisão do TRF-1, buscando encontrar um equilíbrio entre facilitar o acesso ao crédito por novos beneficiários e garantir um mercado competitivo, que ofereça taxas justas e serviços financeiros de qualidade.
A persistente discussão sobre o empréstimo consignado é indicativa das complexas dinâmicas entre regulação financeira, proteção do consumidor e mercado bancário no Brasil. Até que um consenso seja alcançado, a carência continua a ser um tema de debate acalorado entre bancos, beneficiários do INSS e o governo federal.