As noites sem fim de Utqiagvik: Sobrevivendo ao frio e à escuridão no extremo Alasca – Entenda mais

Descubra a cidade de Utqiagvik, no Alasca, onde as noites polares trazem escuridão e frio extremos

Por Cristiane Campari Ultima atualização 23 jun, 2024

Em um distante canto do globo, a cidade de Utqiagvik, no Alasca, enfrenta uma das realidades climáticas mais extremas do planeta. Conhecida por seu fenômeno de ‘noites polares’, a cidade experimenta um dos invernos mais rigorosos e fascinantes do mundo.

Com uma média de temperatura que chega a impressionantes -27ºC em janeiro, Utqiagvik é um exemplo de resistência e adaptabilidade humana e animal frente às adversidades extremas impostas pela natureza.

O que são ‘Noites Polares’?

Representação de ‘noites polares (Reprodução: Pexels )

O fenômeno das ‘noites polares’ ocorre quando o Sol não surge acima do horizonte durante mais de 24 horas, fazendo com que a região fique envolta em uma escuridão quase contínua. Especificamente no Polo Norte, esse período pode se estender por até 179 dias consecutivos, enquanto em Utqiagvik, são cerca de 65 noites sem a luz do Sol.

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Como os moradores de Utqiagvik lidam com o frio e a escuridão?

A ausência prolongada de luz solar apresenta diversos desafios para os moradores locais. Desde a adaptação do ciclo circadiano, que influencia desde o humor até o metabolismo, até a necessidade de suplementação de vitamina D. Muitas pessoas utilizam a ‘terapia da luz’ para combater os efeitos negativos da falta de luz natural, utilizando lâmpadas especiais que simulam a luz solar.

Além dos humanos, a fauna de Utqiagvik também precisa se adaptar. Lemmingues e ratazanas cavam profundamente para acessar alimentos enterrados, enquanto esquilos hibernam para conservar energia. Até mesmo os ursos polares, típicos dessa região, precisam ajustar seus hábitos de caça e descanso, optando por estratégias que conservem energia, dado o rigoroso clima.

Atividades sociais como estratégia de sobrevivência

Apesar das dificuldades, a comunidade em Utqiagvik encontra na coesão social uma ferramenta poderosa para enfrentar o isolamento causado pelas noites polares. O incentivo à participação em atividades comunitárias ajuda não só a manter o moral elevado, como também a combater problemas comuns como a depressão, especialmente prevalente durante os meses de inverno extremo.

Terapia da luz para combater a falta de vitamina D;

Participação em atividades sociais para manter o bem-estar psicológico;

Adaptação da fauna local às condições extremas;

Presença da aurora boreal como espetáculo natural durante o período.

Embora viver em Utqiagvik seja um desafio constante, a resiliência dos seus habitantes e a singularidade dos fenômenos naturais locais, como as noites polares e a aurora boreal, tornam esta cidade um exemplo fascinante de adaptação humana e natural às condições mais extremas do planeta Terra.