Alerta máximo para queimadas: incêndio provoca “Dia do Fogo”.

Saiba os verdadeiros motivos que estão levando várias regiões do país ao pânico total.

Por Samara Kalene Ultima atualização 26 ago, 2024

O estado de São Paulo tem enfrentado uma situação alarmante com a crescente onda de queimadas. Só neste mês, foram identificados mais de 3,4 mil focos de incêndio por satélite, segundo dados da MetSul Meteorologia, que descrevem o cenário como “fora do normal e extraordinário”. Em meio a essa crise, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante um pronunciamento, relembrou o Dia do Fogo, incidente ocorrido em 2019 no Pará, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

No último domingo, a ministra e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizaram uma reunião em Brasília com membros do Ibama para discutir estratégias de combate aos incêndios que afetam não só São Paulo, mas outras regiões do país. De acordo com Marina, a Polícia Federal já iniciou 31 inquéritos investigativos entre Amazônia e Pantanal, e também em São Paulo.

O Alarme das Queimadas em São Paulo

Queimadas estão aumentando no interior de São Paulo. (Fonte: Joel Silva).

Os números mostram um aumento significativo dos focos de incêndio em São Paulo. Na última sexta-feira, o estado registrou 1.886 focos, ultrapassando a Amazônia, que contabilizou 1.659 focos no mesmo dia. No total, o Brasil teve 4.928 focos de calor, sendo que São Paulo representou 38% das queimadas no país.

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Como as Queimadas em São Paulo Comparam com 2019?

Segundo Marina, há uma suspeita de que o episódio atual seja similar ao Dia do Fogo de 2019, quando produtores rurais do Pará coordenaram queimadas via grupos de WhatsApp. O Greenpeace Brasil revelou que os 478 imóveis rurais envolvidos naquela ação continuam praticando desmatamento e queimadas em altos índices. Além disso, muitos desses imóveis foram financiados pelo crédito rural.

Impactos Ambientais das Queimadas

Os dados levantados pelo Greenpeace mostram que, entre 2008 e 2023, as propriedades rurais estudadas concentraram uma destruição de 206.083 hectares de floresta. O Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ indica que, entre 2019 e 2023, essas áreas sofreram uma devastação anual de mais de 140 mil hectares, com um pico de 275 mil hectares em 2020.

206.083 hectares desmatados entre 2008 e 2023.
Mais de 140 mil hectares de destruição anual entre 2019 e 2023.
Pico de devastação em 2020 com 275 mil hectares.
Queimadas afetando florestas públicas e áreas da União.

Financiamento e Desmatamento

Das 478 propriedades avaliadas, 29 receberam um total de R$ 201.418.002,16 em crédito rural. A maior parte desse financiamento, 74%, foi destinada à criação e manutenção de bovinos, somando R$ 134.473.688,80.

O Que Está Sendo Feito Contra as Queimadas?

Thais Bannwart, porta-voz de Florestas do Greenpeace Brasil, destacou a gravidade da situação: “Parte do desmatamento ocorreu sobre florestas públicas sem destinação, propriedade da União. Mesmo após o Dia do Fogo de 2019, o ritmo de desmatamento nos imóveis permaneceu alto até 2021 e só começou a diminuir nos anos seguintes, mas ainda assim em níveis preocupantes.”

Para lidar com essa crise ambiental, é essencial que as novas medidas discutidas entre Marina Silva e o presidente Lula sejam implementadas com urgência. O combate eficaz às queimadas não só protegerá o meio ambiente, mas também ajudará a prevenir futuras catástrofes naturais.

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