Crianças Sofrem Mais com a Escassez de Comida: ‘Miojo Era a Única Opção’
A falta de comida no Brasil afeta principalmente lares com crianças. Saiba mais.
No Brasil, a falta de comida ainda é uma realidade que afeta muitos lares, especialmente aqueles com crianças. De acordo com dados recentes do IBGE, dos 216 milhões de brasileiros, cerca de 64 milhões vivem com algum grau de insegurança alimentar, o que representa quase 30% da população. Continue a leitura e saiba mais.
A gravidade da escassez em casas com crianças
Nos lares brasileiros, a presença de crianças e adolescentes amplifica os desafios relacionados à alimentação. Segundo o IBGE, enquanto 37% das famílias com crianças de 0 a 4 anos enfrentam insegurança alimentar, esse número diminui à medida que a idade dos moradores aumenta, chegando a 21% entre aqueles com 65 anos ou mais.
As crianças e adolescentes, por suas necessidades específicas e pela falta de renda própria, acabam sendo os mais prejudicados pela escassez de comida.
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A falta de dinheiro leva muitas famílias a recorrerem a alimentos ultraprocessados, como miojo e salsicha, de baixo valor nutricional. Muitas mães encontram dificuldades para garantir uma alimentação adequada, e seus filhos acabam se alimentando principalmente de produtos de baixo valor nutricional. Essa escolha, além de não oferecer os nutrientes necessários, causa problemas de saúde nas crianças, como colesterol alto e dificuldades de crescimento.
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Impactos e desafios da insegurança alimentar
A insegurança alimentar não se limita apenas à falta de comida, mas também está relacionada à qualidade dos alimentos disponíveis. Enquanto a desnutrição é um problema em alguns lares, a obesidade infantil é uma preocupação crescente em outros.
Crianças subnutridas enfrentam dificuldades no desenvolvimento cognitivo e correm maior risco de morte por doenças evitáveis, como diarreia e pneumonia.
Por outro lado, o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados contribui para a obesidade infantil, aumentando o risco de doenças como diabete e pressão alta.
Além disso, a insegurança alimentar está diretamente ligada a questões sociais e econômicas. Mulheres, negros e pessoas com baixa escolaridade são os mais afetados por essa realidade. Casas chefiadas por mulheres enfrentam maior vulnerabilidade, devido a salários menores e à dupla jornada de trabalho.
Da mesma forma, famílias negras sofrem mais com a falta de comida, e a insegurança alimentar é mais de duas vezes maior em lares de pretos e pardos do que em famílias brancas.
A conexão entre alimentação e educação
A educação também desempenha um papel fundamental na segurança alimentar das famílias. Casas onde o responsável possui maior nível de instrução enfrentam menos dificuldades para garantir uma alimentação adequada.
Enquanto apenas 7,9% dos lares em que o responsável tem ensino superior completo enfrentam insegurança alimentar, esse número sobe para 44% nos lares em que o responsável não possui instrução ou tem ensino fundamental incompleto.
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Portanto, fica claro que a falta de comida no Brasil não é apenas um problema de escassez, mas também está intrinsecamente ligada a questões sociais, econômicas e educacionais.
Para combater efetivamente essa realidade, é necessário adotar políticas públicas que visem não apenas garantir o acesso à comida, mas também promover a educação, a equidade de gênero e a igualdade racial.
Somente assim será possível garantir uma alimentação adequada para todas as famílias brasileiras, especialmente aquelas com crianças e adolescentes.
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